Internacional mira novo modelo de gestão e cogita a SAF para driblar crise financeira

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Internacional estuda adotar modelo de SAF parcial e busca alternativas financeiras sem romper com sua cultura e identidade histórica.

O futebol brasileiro vive uma transformação profunda. Com a ascensão das SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol), clubes tradicionalmente endividados enxergaram um novo caminho para reestruturação. E agora, é o Internacional que volta a colocar o tema sobre a mesa.

Com uma dívida que já ultrapassa a marca dos R$ 800 milhões, o Colorado enfrenta um dilema: como manter-se competitivo em campo sem comprometer ainda mais sua saúde financeira? Os juros anuais consomem boa parte do orçamento e dificultam investimentos robustos, o que coloca o clube atrás de adversários diretos — muitos deles já respaldados por modelos empresariais modernos.

Mas a diretoria colorada não quer copiar fórmulas sem critério. A ideia, segundo o vice-presidente Dalton Schmitt Jr., é encontrar um modelo híbrido, que respeite a cultura associativa do clube. Ou seja, nada de dono único, como se vê em casos mais radicais de SAFs no Brasil.

“A gente não precisa ter um dono, pode ser uma sociedade de duas partes. Pode ser uma sociedade minoritária, onde vem um investidor que não necessariamente precisa comprar o controle, mas vai amarrar aquilo que lhe interessa”, explicou o dirigente, em entrevista ao GE e à GZH.

A estratégia do Internacional é dar início, o quanto antes, a um estudo técnico com consultorias especializadas. O objetivo é identificar caminhos viáveis dentro da lógica do clube, que nasceu como associação e tem a relação com seus sócios e torcedores como pilar.

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“A nossa ideia é muito rapidamente colocar esse barco na rua, em conjunto com o Conselho, para disparar esse estudo. Não podemos demorar muito para fazer, para chegar lá na frente e poder pelo menos ter a visão das alternativas que o clube pode expor”, completou Schmitt Jr.

A diretoria reconhece que a pressão do novo cenário de mercado é forte. Clubes que antes figuravam no meio da tabela, hoje, com aporte financeiro externo, disputam os principais nomes da janela de transferências. É um jogo desigual, mas que pode ser equilibrado — desde que a estrutura interna esteja preparada para receber capital externo de forma controlada e estratégica. Por fim, o vice-presidente reforçou que qualquer movimento será pautado pelo respeito à identidade do Internacional.

“O torcedor é muito apaixonado no Brasil. A gente que olha as ligas de outros países percebe como essas relações são muito menos emocionais. São muito mais ligadas ao entretenimento do que propriamente à emoção. E não é o caso no futebol daqui”, concluiu.

A discussão está aberta. O modelo ideal ainda é incerto, mas a direção entende que fazer nada já não é mais uma opção.

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Alessandro Barcellos. Foto: Filipe Maciel

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