Surge nos bastidores do Internacional um modelo de Saf que deve servir de espelho para o futuro do clube

Internacional avalia modelo de SAF inspirado no Fluminense, que busca conciliar aporte financeiro robusto sem abrir mão do controle associativo.

O debate sobre a transformação do Internacional em Sociedade Anônima do Futebol (SAF) voltou a ganhar força. Em meio às dificuldades financeiras, dívidas acumuladas e a necessidade de seguir competitivo em torneios nacionais e internacionais, dirigentes e conselheiros do clube começam a olhar com mais atenção para alternativas. E um modelo que surge como referência é o que está sendo desenhado pelo Fluminense.

O Tricolor Carioca optou por um caminho diferente daquele trilhado por Botafogo, Cruzeiro e Vasco. Em vez de entregar o controle a grupos estrangeiros, o projeto prevê que 15 torcedores milionários assumam a compra das cotas da SAF. Essa elite de empresários, entre eles nomes como André Esteves (BTG Pactual), Thiago De Luca (Frescatto), José Zitelmann (Absoluto Partners) e membros da família Almeida Braga (Icatu Seguros), formaria um fundo controlador, mas mantendo forte presença associativa e influência histórica na gestão.

As metas do Fluminense impressionam: um aporte inicial robusto, quitação de dívidas estimadas em R$ 865 milhões, criação de uma das maiores folhas salariais do país e administração direta das categorias de base, do CT de Xerém e do futebol feminino. Trata-se de um modelo híbrido, que tenta equilibrar modernização financeira com preservação de identidade institucional.

No Beira-Rio, a ideia desperta interesse e questionamentos. Conselheiros do Internacional enxergam na SAF uma chance de equalizar dívidas, investir no elenco e reforçar a competitividade. Mas há um dilema que não se resolve apenas com números: até onde os colorados aceitariam abrir mão de parte do controle político e associativo em troca de maior estabilidade financeira?

O assunto está sobre a mesa. Se o modelo do Fluminense prosperar, poderá se tornar referência para o Internacional e talvez para outros clubes brasileiros que ainda resistem à transformação em SAF.

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