Taison abre o jogo sobre saída do Inter: “Passei por um dos momentos mais difíceis da minha vida”

Ricardo Duarte/ SCI

Taison deixou de lado o silêncio e expôs, com sinceridade, os bastidores da sua segunda passagem pelo Beira-Rio. O ex-camisa 7 do Internacional revelou que enfrentou um período emocionalmente devastador, marcado por perdas familiares, problemas fora de campo e dúvidas sobre a própria continuidade no futebol. Mesmo sem deixar isso transparecer publicamente, o atacante afirmou que chegou a cogitar abandonar a carreira.

Durante o retorno ao clube, Taison participou de partidas importantes, mas admitiu que o rendimento não refletia o que vivia longe das câmeras. Segundo ele, a dor pela hospitalização do pai e a morte de pessoas próximas afetaram diretamente sua capacidade de competir em alto nível. “Ganhei jogos, mas não consegui jogar futebol de verdade. Minha cabeça estava em outro lugar”, relatou.

O jogador contou que acreditava ter uma nova oportunidade para recomeçar em 2023. Preparou-se fisicamente, conversou com pessoas de confiança e imaginou que seria peça útil no elenco. Porém, antes do início da temporada, foi informado pela direção de que não faria mais parte do grupo. Sem espaço, decidiu aceitar a proposta do PAOK, da Grécia.

No clube europeu, reencontrou regularidade, minutos em campo e o prazer de jogar. A experiência longe de Porto Alegre reacendeu a confiança do atacante, que voltou a ser protagonista e peça importante em competições nacionais e continentais. Mesmo assim, Taison garantiu que mantém carinho pelo Colorado e pela torcida que o viu levantar a Libertadores de 2010 e a Sul-Americana de 2008.

Taison, do Internacional. Foto: Fernando Moreno/AGIF
Taison, do Internacional. Foto: Fernando Moreno/AGIF

Inter, despedida silenciosa e legado mantido

A saída discreta e sem despedida oficial no Beira-Rio ainda gera debate entre torcedores. Para muitos, Taison merecia outro desfecho pela história construída com a camisa vermelha. O jogador, hoje com passagem consolidada na Grécia, prefere não alimentar mágoas, mas deixou claro que a decisão partiu do clube, não dele.

Com a era Ramón Díaz tentando reconstruir o vestiário após temporadas de instabilidade, histórias como a de Taison mostram o quanto o lado humano influencia o campo. Entre críticas, vaias e homenagens, ele segue sendo um dos símbolos da geração mais vencedora do Inter.

Foto: Ricardo Duarte / Internacional

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