Opinião: A Goleada Estratégica e o Alerta Necessário

Opinião: Por Nathália Bulsing – Colunista do SouInter

Opinião Inter faz o básico — e com louvor

O Internacional fez exatamente o que se esperava dele em Santa Catarina: venceu com autoridade e garantiu vaga nas oitavas da Copa do Brasil. A goleada por 3 a 0 sobre o modesto Maracanã (CE) não foi apenas uma formalidade — foi um recado claro de que o time de Roger Machado não está na competição para brincar. A seriedade demonstrada em campo foi digna de elogios. Em tempos em que times grandes tropeçam por subestimar adversários menores, o Inter fez o contrário: respeitou, competiu e venceu com sobras.

Quem acompanha de perto o Inter já começa a enxergar traços claros do trabalho de Roger Machado. O time é coeso, bem distribuído e, o mais importante, sabe o que fazer com a bola nos pés. Os gols surgiram como consequência natural de uma equipe que soube construir jogadas, manter a intensidade e não tirar o pé mesmo com a vantagem. Isso não é só tática: é postura. E postura, em torneios mata-mata, vale quase tanto quanto qualidade técnica.

Claro que a classificação com um agregado de 4 a 0 anima. E deve animar. Mas é bom lembrar que o desafio de verdade começa agora. As oitavas são uma espécie de divisor de águas na Copa do Brasil. A partir daqui, não há espaço para deslizes. É outra prateleira: times de Série A, com investimento alto, elenco farto e olho na taça. O Inter precisa entender que o luxo do erro ficou para trás. Daqui pra frente, qualquer vacilo pode custar caro.

Roger terá seu grande teste de fogo. Armou bem o time até aqui, mas agora precisa mostrar leitura de jogo, ousadia e frieza contra adversários que não perdoam. A campanha sólida até aqui serve como alicerce, mas não como escudo. A Copa do Brasil é traiçoeira e, como já vimos, não respeita tradição.

O Inter tem elenco, tem comando e tem bola para sonhar alto. A pergunta que fica é: o time está pronto para dar esse salto de qualidade? Está maduro o suficiente para brigar de verdade pelo título? Se estiver, esse pode ser o ano em que o Colorado voltará a ser protagonista nacional. Se não estiver, a queda será dolorosa. A resposta está próxima — e será dada em campo.