Base colorada sob alerta: conselheiros denunciam descuido no CT do Internacional

O CT Morada dos Quero-Queros, em Alvorada, voltou ao centro do debate interno no Internacional após uma visita realizada por conselheiros do clube. A inspeção, acompanhada pelos dirigentes José Olavo Bisol (vice-presidente de Futebol), Victor Grunberg (vice-presidente), além de Luiz Caldas Milano Júnior e Marcos Paulo, revelou um cenário que acendeu o sinal amarelo sobre a estrutura destinada à formação de jovens talentos.

Os relatos apontam que os alojamentos estão superlotados, com atletas dividindo dormitórios além da capacidade prevista. A situação se repete em áreas comuns, onde problemas de manutenção simples permanecem sem solução: banheiros com avarias, rejuntes soltos e estruturas desgastadas reforçam a percepção de abandono. Até mesmo o campo sintético próximo ao estacionamento foi classificado como inseguro para treinos, pelo risco elevado de lesões.

Outro fator preocupante foi a redução de aproximadamente 40% no processo de captação de jogadores, resultado de cortes em viagens e no trabalho de observadores espalhados pelo país. Para muitos conselheiros, a medida representa um passo atrás para o Celeiro de Ases, setor historicamente responsável por revelar nomes que marcaram gerações no Beira-Rio e no futebol brasileiro.

Na análise financeira, os números não passaram despercebidos. O clube desembolsa em torno de R$ 4 milhões por ano em custos com aluguel e manutenção do CT, mas investiu apenas R$ 1,6 milhão em reforços para a base nos últimos anos — entre eles, a chegada do atacante Ricardo Mathias, em 2022. O ponto que gerou maior incômodo foi a ausência de transparência sobre o montante total destinado à prospecção de novos atletas.

Internacional corre risco de perder protagonismo nas categorias de base

A conclusão dos conselheiros foi direta: sem uma reestruturação urgente e melhor direcionamento dos recursos, o Internacional pode comprometer a competitividade de seu setor de formação, historicamente reconhecido como um dos mais eficientes do país. O alerta é claro — se nada mudar, o clube corre o risco de ver o Celeiro de Ases, uma de suas marcas mais fortes, perder espaço no cenário nacional.

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